'Agora é assim, de um lado a poesia, o verbo, a saudade.. '

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

"Muito prazer, meu nome é otário. Vindo de outros tempos mas sempre no horário, peixe fora d’água, borboletas no aquário. Muito prazer, meu nome é otário, na ponta dos cascos e fora do páreo, puro sangue puxando carroça. Um prazer cada vez mais raro, aerodinâmica num tanque de guerra, vaidades que a terra um dia há de comer. Ás de espadas fora do baralho, grandes negócios, pequeno empresário. Muito prazer, me chamam de otário… Por amor às causas perdidas. Tudo bem… até pode ser que os dragões sejam moinhos de vento. Tudo bem… seja o que for, seja por amor às causas perdidas. Muito prazer, ao seu dispor, se for por amor às causas perdidas."

Engenheiros do Hawaii, Dom Quixote.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Te digo então que é mentira essa coisa toda de "não deu"

"É mentira que fomos a história mais bonita que mereceu um filme, um livro ou um disco inteiro de rimas pra todo mundo cantar junto. Fomos a coisa mais imprecisa que esse mundo já viu, o incerto tão torto que nem era pra acontecer, a loucura mais insana de amor que alguém um dia cometeu. Não é exagero, é que vivemos literalmente de mãos dadas a espontânea fe-li-ci-da-de, uma palavra que não se encontra mais por aí em qualquer lugar. Amamos a gosto e contragosto, com dor, calor, verdades e mentiras mal contadas entre os mais sinceros beijos e abraços de partidas e chegadas. Cuidamos um do outro como quem não espera o outro dia acontecer. E realmente, não vimos o sol do próximo dia nascer.

Te digo então que é mentira essa coisa toda de "não deu", esse resquício de foi-mas-não-foi, as perguntas do tipo: como é mesmo que isso se deu, baby? Não faz diferença o que aconteceu, nem pra onde a gente foi no depois que passou. Porque eu sei que pra vida toda é o que a gente carrega no peito, e não simplesmente no andar junto de mãos dadas pra sempre." 


Como dois estranho, Página.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Tentou.. e nao deu nada!

"E com uma letra bem pequena, lá estava escrito no seu epitáfio: Tentou ser, não consegui; tentou ter, não possuiu; tentou continuar, não prosseguiu; e nessa vida de expectativas frustradas tentou até amar… Pois bem, não consegui, e aqui está."

Dom Casmurro

terça-feira, 9 de outubro de 2012

"Você é minha palavra predileta da frase que eu mais admiro da poesia que eu mais gosto." 
Matando mentiras

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Adeus, meu amor!

"Adeus, meu amor, logo nos desconheceremos. 
Mudaremos os cabelos, amansaremos as feições, apagarei seus gostos e suas músicas. 
Vamos envelhecer pelas mãos. 
Não andarei segurando os bolsos de trás de suas calças. 
Tropeçarei sozinho em meus suspiros, procurando me equilibrar perto das paredes. 
Esquecerei suas taras, suas vontades, os segredos de família. 
Riscarei o nosso trajeto do mapa. 
Farei amizade com seus inimigos. 
Sua bolsa não se derramará sobre a cadeira. 
Não poderei me gabar da rapidez em abrir seu sutiã. 
Vou tirar a barba, falar mais baixo, fazer sinal da cruz ao passar por igrejas e cemitérios. 
Passarei em branco pelos aniversários de meus pais, já que sempre me avisava. 
O mar cobrirá o desenho das quadras no inverno. 
As pombas sentirão mais fome nas praças.
Perderei a seqüência de sua manhã - você colocava os brincos por último. 
Meus dias serão mais curtos sem seus ouvidos. 
Não acharei minha esperança nas gavetas das meias. 
Seus dentes estarão mais colados, mais trincados, menos soltos pela língua. 
Ficarei com raiva de seu conformismo. 
Perderei o tempo de sua risada. 
A dor será uma amizade fiel e estranha. 
Não perceberei seus quilos a mais, seus quilos a menos, sua vontade de nadar na cama ao se espreguiçar. 
Vou cumprimentá-la com as sobrancelhas e não terei apetite para dizer coisa alguma. 
Não olharei para trás, para não prometer a volta. Não olharei para os lados, para não ameaçá-la com a dúvida. Adeus, meu amor, a vida não nos pretende eternos. 
Haverá a sensação de residir numa cidade extinta, de cuidar dos escombros para levantar a nova casa.
Adeus, meu amor. 
Não faremos mais briga em supermercado, nem festa ao comprar um livro. 
Não puxaremos assunto com os garçons. 
Não receberemos elogios de estranhos sobre nossas afinidades. 
Não tocaremos os pés de madrugada. 
Não tocaremos os braços nos filmes. 
Não trocaremos de lado ao acordar. 
Não dividiremos o jornal em cadernos. 
Não olharemos as vitrines em busca de presentes. 
O celular permanecerá desligado. 
Nunca descobriremos ao certo o que nos impediu, quem desistiu primeiro, quem não teve paciência de compreender. 
Só os ossos têm paciência, meu amor, não a carne, com ânsias de se completar. 
Não encontrará vestígios de minha passagem no futuro. 
Abandonará de repente meu telefone. 
Na primeira recaída, procurará o número na agenda. Não estava em sua agenda. Não se anota amores na agenda. 
Na segunda recaída, perguntará o que faço aos conhecidos. 
As demais recaídas serão como soluços depois de tomar muita água. 
Adeus, meu amor. 
Terá filhos com outros homens. 
Terá insônia com outros homens. 
Desviará de assunto ao escutar meu nome. 
Adeus, meu amor." 


Fabrício Carpinejar

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Como dois estranhos

‎"Talvez um dia ela fuja, com o braço apoiado na janela do seu carro e uma mão descansando no volante, olhos firmes no horizonte. Se descubra do outro lado do Atlântico, quem sabe? Não se sabe. Mas, a verdade é que agora ela só quer tomar um chá quente e adormecer sem medo de sorrir. 
Ela quer acordar amanhã e poder dizer que gosta de Viver. E que sim, ela pode ouvir suas baladas românticas, usar seus argumentos repetitivos, sentir medos e angústias e continuar. Porque eu sei que ela pode ser ela mesma." 

Como Dois Estranhos

domingo, 10 de junho de 2012

Ao amor da minha vida..


Essa vontade louca de querer abraçar-te,
Essa ânsia de querer beijar-te,
Esse desejo eterno de querer contigo ficar
E essa distancia sem fim,
Me embriagam e me matam todas as noites..


Mas, é como se fosse uma droga, 
e eu já viciada,
Peço mais uma dose..




Amora

terça-feira, 29 de maio de 2012

sábado, 26 de maio de 2012

"...você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente"

Caio F.Abreu

sexta-feira, 16 de março de 2012


Certo dia me perguntaram:

-Por que você se apaixonou?

Eu respondi:

-Não sei.. E talvez continue não sabendo.
Eu simplesmente amo, acordo e vou dormir com ele nos meus pensamentos..


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